terça-feira, 15 de setembro de 2009

A mesma porcaria de sempre

Fazia tempo que eu não postava aqui. E hoje eu vou revelar as mentiras que eu escrevi uma vez aqui.

Lembra do apego ao lar? Esquece disso. Aquilo foi euforia de primeira semana. Lembra da diversão dentro dos ônibus? Não é nada divertido com a gripe suína por aí e com as 1:10h gastas para você chegar até a rodoviária. Lembra daquele arte culinária que você não desenvolveu? Não, esse continua o mesmo...

Falando na arte culinária que Deus não me mandou, vou contar da semana que eu tive de sobreviver a base de pizzinha de frigideira e nuggets de legumes.
Tudo começou quando eu tentei me abastecer por um semestre todo e comprei uns 7 pacotes de nuggets de legumes e três pacotes de pizzinhas. Mas nunca achei que eu de fato comeria aquilo por 5 dias seguidos, duas vezes por dia. Não façam isso. Não presta.

No meio da semana, já cansada de esperar 20min para os nuggets ficarem prontos, inventei de colocá-los na frigideira, com um pouquinho de manteiga e ficar dourando eles ali (assim como mandava o como fazer da caixinha), mas, como sou eu quem estava fazendo, algo daria errado, não é mesmo???

Só sei que quando fui virar o bichinho aquilo se desfarelou todo e eu me vi com 4 nuggets sem formas de nuggets e muitos legumes soltos, espalhados com a massinha dos nuggets. Eu, gênio, o que fiz? Abri a geladeira, peguei dois ovos, quebrei, coloquei no prato, bati, joguei na frigideira e fiz um mexidão de nuggets.

JAMAIS OUSEM TAL ATO!!! É HORRÍVEL!!!

Foi uma delícia almoçar pizza de frigideira com molho (é, não tinha mais nada para pôr em cima) e mexidão de nuggets.

Minha conhadaestá movimentando um bolão lá no ap: quanto tempo a Bruna sobrevive por conta dela.

Alguém deu dois meses... adoro gente otimista .D

quinta-feira, 14 de maio de 2009

depois dizem que é implicância

Veja só como é que é:

1º - greve dos ônibus.
2º - você, boa universitária, em cidade grande, que é, usa ônibus para ir e voltar da faculdade.
3º - greve dos ônibus.
4º - prova de redação filosófica na quinta.
5º - greve dos ônibus.
6º - sua casa até a Unicamp de táxi = R$40,00
7º - você = universitária.
8º - quinta-feira, 13;20, táxi na sua porta.
9º - 40 reais a menos.
10º - carona até a rodoviária.
11º - na rodoviária dizem: greve do ônibus acabou...

Enfia tudo isso no

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Enquanto isso, num apartamento em Campinas...

Quando os ônibus entram em greve, a dor de cabeça que vem te acompanhando há um bom tempo aumenta de forma exponencial. Só dói quando abre os olhos ou pensa... O que nada lhe é conviniente, uma vez que, depois de tanto ler Descartes e suas Meditações, você já se declara desprovida de extensão e matéria e é res cogitans, ou seja, coisa-pensante.

Ou seja²: isso tudo só tende a piorar.

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Minha conhada acabou de falar que está emagrecendo muito... isso me faz pensar: é a comida, só pode ser. Mas não faz nenhum sentido isso. Quanto mais se cozinha gostoso, mais se come.
Apesar que aqui, em Campinas, a coisa age sob outra visão:
Quanto mais se cozinha ruim, mais se come, porque, senão, vai ter de comer no dia seguinte aquele treco. E vai sbaer quanto tempo você vive comendo o que você faz? (no caso eu).
Faz sentido também da parte de cozinhar bem. Se cozinhas bens, guardarás para o dia seguinte para comeres bem de novo. Ou seja, nada de exageiros.

Foda.

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Não tem haver com a minha vida universitária, mas a faculdade (se é que posso chamar isso de faculdade) de cozinhar é a mesma tanto em Rio Claro como em Campinas.
É, eu também não acho justo isso... para ambos os casos. A questão, no entanto, é: eu fiz café em casa. E ficou horrível, logicamente.
Eu gosto de café forte, logo, 3 colheres de sopa bem generosas foram gastas. Gosto do café da minha avó, que já é adocicado, logo, coloquei 1 colher de arroz de açúcar na água. Só que o que é 1 colher de arroz perto de 3 generosas de sopa de café? absolutamente nada. Nem tinha o gosto do açúcar naquele negócio.
Bebi duas canecas de café na segunda à noite e fiquei tão elétrica que só consegui me concentrar metade do que eu queria para terminar de ler a tese de doutorado do meu professor.

Cozinhar é fazer mágica.

domingo, 10 de maio de 2009

Como matar uma pessoa em x dias

A questão é: minha mãe achava que eu estava brincando quando avisei que não era uma boa ideia me deixar cozinhar minha própria janta. Até que ela me deixou cozinhar em casa e ela chegou a conclusão que isso é desumano! Evenenamento lento contínuo, que durará algo como 4 anos no mínimo. Um ato de suicídio.
Em casa, em Campinas, já chegamos a conclusão que se um dia faltar comida em casa, eu serei a primeira a morrer.
O divertimento de uma delas, nessa semana que se passou, foi sentar na cozinha, junto com o namorado, e me olhar cozinhar... E DAÍ QUE EU PUS A ÁGUA PARA ESQUENTAR NO FOGO PARA COZER UM OVO E EVAPOROU TODA A ÁGUA? E DAÍ QUE ENTRE DOURADINHO E TOSTADINHO TEM UM PEQUENO ESPAÇO DE TEMPO QUE EU NÃO CONHEÇO?

E DAÍ QUE EU DEIXEI QUEIMAR O ALHO?

Tem muitos "e daí" para ser posto aqui, acho.

Outro dia, na faculdade, estávamos todos bebericando do mesmo suco quando chegamos a seguinte conclusão: é a primeira vez que o suco tem o gosto da fruta que ele é.
Todos, invariavelmente, alegamos que era suco de abacaxi e com fiapinhos de abacaxi (lembre-se deste ponto).
Ao sair do bandejão, para saber o que havíamos posto para dentro do estômago (porque aquilo está longe de ser ingerido ou comigo), descobrimos que o suco era de caju - e de pozinho! O que muito nos levou a pensar: de onde veio os fiapinhos de abacaxi?
Mas o bandex, como é, sei lá, intimamente chamado, tem esses mistérios. Acredita que tem gente que repete naquele troço?
(Tá, eu repito minha comida, mas é porque, se sobrar, eu vou ter de comer de novo. E se não sobrar, talvez eu chegue tarde o suficiente para a minha conhada já estar preparando jantar).

Por enquanto é só. Não sou mais um bixo perdido... pelo menos não nas redondezas do IFCH.
Acho que vou começar a treinar basquete.

sexta-feira, 20 de março de 2009

sexta de manhã (20/03/09)

Você acabou de levantar disposto e vai para o bosque dar uma caminhadinha... lá tem bichinhos bonitinhos (animais não racionais) , leõesinhos, oncinhas, jacarezinhos e enfins. E um hipopótamo. Você o acha a coisa mais fofa e o chama de Glória (vide Madagascar). Só que às 8 da manhã, tem mais gente que o acha bonitinho. Tem gente que acha aquele traseiro atraente!!!!

Não quero mais comentar sobre isso.

Daqui a pouco descubro como chegar na rodoviária à pé e às 18:30 estarei rumo à Ribeirão Preto.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Terça-feira, 17/03/09

Eu tenho uma revelação a fazer.
Se você acabou de olhar para a colher de pau e sorriu, não se preocupe. Isso em nada significa que você seja carente necessitada desesperada (ou até seja, mas o contexto aqui não é este - e nada contra quem seja também. Cada um tem as suas formas de cessar a carência, e, além do mais, a carêncio pelo o quê não me diz respeito. Por favor, respeite essa parte: não me diz respeito!!!!!!!). A questão é mais grave... você acabou de se tornar uma quase dona de casa.
Eu deveria ter dito que a revelação ia causar certo impacto - ou dano.
É, sabe aquele estranho vínculo que você não entendia entre sua mãe e a sua casa - casa esta que ela chama de lar -, ao ponto de fazê-la gastar um dia inteiro limpando-a? Pois bem, você também está possuindo. Mas não é com a sua casa, e sim com a sua república - o que torna a coisa um pouco mais grave para você e desesperadora para sua mãe, pois você continua a não ter a mesma percepção com o lar dela. Grave par você porque república não é casa, é república, oras, o que muito se aproxima de uma anarquia no sentido leigo, aquele de desordem e só.
Concordo que é motivo de desespero de sua parte, pois todos aquele "conselhos" que sua mãe lhe dizia fazem sentido agora. Pior que isso, você percebe que os absorveu!!! E está se lembrando. Mas tudo bem, afinal, você vai pôr a culpa no seu inconsciente, que é uma independente de você.
É, a colher de pau está na sua lista de utensílios para quando morar sozinha - e, sim, hoje ela é seu sonho de consumo (sem malícia aqui, ok?!).
Assim, na 2ª semana fora de casa, depois que você descobriu que o seu fim-de-semana começa na sexta ao se levantar e termina na terça, você está na faculdade.
Aliás, é na faculdade que você se lembra que faculdade significa capacidade, e, ao olhar aqueles tantos textos que você não leu no seu fds prolongado, você já se sente capacitado para questionar se o uso do termo não é equivocado para o que você faz. Ou é.
Você está fudido.
A depressão entra mesmo em sua rotina quando os F(x)=3(pratos+talheres+copos) já dão trabalho para serem lavados... Cara, mas você sabe que isso vai piorar - porque a condição de bixo dura um ano - mesmo que o dia da libertação em algumas universidades seja em maio! Ao chegar em casa no domingo, sua equação de louças a serem lavadas será outra:
f(x)=3^x(pratos+talheres+copos+panelas+vasilhas+...)

É, EU SEI. NÃO PRECISA FALAR.

Ah!, claro. Tem ainda a parte do computador. Seu irmão deixou em suas habilidosas mãos sem coordenação alguma a tarefa de conectá-lo. Nada complicado, afinal, quantas vezes você já não conectou um pc? (Nenhuma, óbvio!).
Há 2 cabos exatamente idênticos e você se lembra da voz do seu irmão pronunciar algo a respeito de cabos, monitos, cpu. Murmúrios, pois você veio dormindo a viagem inteira - consequência do fds prolongado.
Whatever - você pensou, naquele momento, dentro do carro.
Primeiro, você tem de locomover o monitor, a cpu e o estabilizador para a mesinha do quarto - mesinha improvisada, porque você male male tem um quarto. Conecta tudo e pronto; liga o estabilizador. Mas você, com a experiência adquirida da semana passada, sabe - intuitivamente - que não vai dar certo porque esta é a sua condição atual.
Lei de Murphy não é casualidade; é cotidiano.
O monitor não liga.
Sua primeira reação é ver o que aconteceu. Troca os cabos, liga em outras fontes, mas continua a mesma merda. Claro. Sua capacidade de ser prestativa está sendo abstraída. Você quer se fenestrar - afinal, era essa a sua brilhante idéia de quando morava grande parte da semana em uma casa, mas CASA não é o mesmo que APARTAMENTO NO 9º ANDAR.
A idéia se dissipa rapidamente (caso contrário, o blog terminaria no último post, e hoje alguém postaria um in memorium por mim).
O quarto ficou apertado com o pc - o cômodo já estava assim antes - e você, gênio que nunca foi, tem a idéia de pôr a máquina na sala.
Ô gênio... você vai ter de transportar tudo para lá (e mais a mesinha). E você leva... Pluga tudo de novo e nota que há um outro retanguluzinho azul na cpu. Você pluga o monitor ali e não é que ele funciona?
Pronto, agora a sua vida está perfeita. Pc sem net, mas funcionando... Você sorri, confiante e cheio de si, querendo ligar para o seu irmão para dizer o seu feito - claro que você não mencionaria o fato de tentá-lo fazê-lo há mais de meia hora e nem que na hora de plugar os fios não soube o que fazer com os 2 cabos que ele havia dito ser um para o monitor e outro para a cpu.
Só que você não vai ligar porque seu celular está descarregado, você está sozinha no ap e seu irmão não acharia isso um feito ¬¬ Sem falar no breve fato de ele estar embarcando para a Irlanda neste exato instante (não da escrita, mas dos fatos).
Mas, por favor, não se esqueça em nenhum momento da Lei de Murphy. Você liga o pc, e ele liga... só que liga e desliga a cda 5 minutos e SOZINHO - sem dizer que não há reconhecimento do mouse.
Um conselho: fique longe da janela. Vai por mim... afinal, este blog é meu.
Ah, e como não falar que você chegou no ap e o limpou? E não foi só passar a vassoura não.... tsc, tsc, tsc. Você passou algum produto que te fez espirrar no processo todo, torceu o pano, passou um seco por cima do taco e recolheu a sujeira com aquela micro pá que é menor que caixinha do leite.
Whatever... ou era isso ou era dormir.
É, em mim também bateu o arrependimento.

Quase esqueci: o Clodovil morreu.

OBS: texto digitado na Unicamp. Teclado horrível, perdoem-me os erros.
texto editado - acho.

sábado, 14 de março de 2009

Primeira semana - parte II

Vou contar os detalhes... na segunda-feira, às 7 da manhã, eu peguei o ônibus para a Unicamp. O ônibus mais cheio (!!!) e tive de ir em pé... e descobri que um sinônimo para ônibus circular cheio é surf.
E quando você é solto em um lugar em que você não tem a mínima de como é que funciona, não há mapas que o ajude, não há gente que lhe passe uma informação certa. E, na boa, nem pense em tentar as coisas por si só. Eu tinha de pegar o ônibus perto do centro de educação física e fui parar na engenharia química... algo como oeste e leste, respectivamente.
Sabe aquela uma hora gasta para chegar na facul? Então, ela vira 20 minutos quando o ônibus está fazio.
E então vem os momentos em que você está sozinha no ap... com a música ligada, se perguntando porque diabos você só levou um cd e não tem pc para carregar o mp3, lembrando de como era bom quando tinha internet quando e onde quisesse, um carro para te levar aonde bem entendesse e lembra da sua carta que ainda não chegou... Nesses momentos que acontece algo que eu não tinha idéia do que era.
Você olha seu ap, vê o chão... poeira. Sua conhada é alérgica a tudo. Fios de cabelo - tudo bem, você mora com mais 3 mulheres, nada mais normal que ter cabelos no chão. Você sabe disso por experiência própria. As outras 3 mulheres trabalham, uma acorda 5:30 da manhã, e elas lidam com crianças - e você ali, deitada no sofá improvisado, bebendo a água gelada que esqueceu na geladeira, se perguntando por que diabos não levanta e devora o potinho de Nutella (e aí vem o histórico de doenças genéticas da família).
Cara, acredite, se você pensou tudo isso, você está fudido. É, porque você vai levantar e vai pegar na vassoura e, pior!!!!!!, vai varrer.
Eu varri. E constatei que tinha de lavar a louça da pia e que precisávamos de um rodinho de pia e de uma pá maior para catar lixo, porque a que tem lá no ap é tão, mas tão pequena que você não vê e sai para comprar uma, não encontra, volta e tenta pegar a sujeira com uma folha de papel universitária.
Universitária porque agora você é universitária e as folhas são para usos universitários.
Ok, tem quando você decide sair de casa porque não aguenta mais ficar no ap. Aí complica tudo! Você não tem nem idéia do seu endereço, nem sabe andar na cidade e não vai se arriscar a pegar um ônibus. O que fazer? Pegar a rua da sua casa e ir andando, reto - sempre! E se virar, lembrar onde virou para fazer o mesmo caminho!!!! O mesmo, grave bem isto.
Aí você encontra váááááárias lojas orientais - administradas por, quero dizer - e pergunta para alguns onde há uma lan house por perto. Ninguém sabe porque ninguém entende a sua língua - oi?! - é, é exatamente isso. Você decide por comprar brincos, relógio, canetas e papel - ah!, sim, você tem tara por artigos de papelaria. - e cremes para os pés.
O QUÊÊÊ???? CREMES PARA OS PÉS? Mas você tem asco a pé! Por que afinal vai querer hidratá-los agora? Aí você se lembra o motivo... poluição, pés descalços... é, faz uma semana que seu pé está seco (tá certo que ainda estamos na terça-feira).
Você compra os malditos cremes para os pés, enfrenta uma fila enorme (em vários sentidos... é, galera, a população está ficando obesa), paga e um cara tem a coragem de perguntar onde fica o pronto socorro para você. Será que sua cara de bixo não é transparente o suficiente para notarem que você não pertence à cidade? Você se lembra do cara do ônibus (vide "Razões", no quadra ao lado) e conclui que não ¬¬ .
Volta para casa, dorme, sua conhada chega e ela te leva para conhecer o bosque ali perto, vão ao centro fazer compras - e você volta para onde esteve à tarde. É a vida... No bosque vocês dão 3 voltas (caminhada) enquanto um cara que está correndo passa por vocês 20 vezes. Há serelepes soltos por lá, mas eles também são cutias - aí depende do cartaz que você pára afim de se localizar. Vocês vão até uma galeria e compram quiabo, limões, aveia, palitinhos de chocolate, sal e ovos.
Voltam para casa e você descobre que tem uma lan house a meio quarteirão do ap - só que, claro, não por onde você rondou a torto e direito à tarde. Vai para lan e só volta às 20:45... Uma hora e vinte de pc por R$1,57.
É caro? Não tenho nem idéia. Whatever também...
Na quarta, você acorda às 6 horas, toma banho e vai para o ônibus. Você até consegue sentar, mas quando cai lá, sozinha e de novo, se pergunta aonde tem de ir. Quando chega no prédio do IFCH, o pessoal até que é legal. Eles conversam com você, mas nada de se socializar. Você estranha a normalidade do pessoal do curso - pelo menos fisicamente - e encontra pessoas que lembram outras. A exemplo seu ex. É, tem um cara que é igualzinho a ele e até ri igual - e você quer ficar olhando para ele para tentar desvincular aquela imagem, porque, convenhamos, o guri é engraçado e simpático, você não pode desgosta-lo porque ele lembra seu ex. Só que, óbvio, você não pode ficar encarando o garoto.
A aula é tranquila, vocês conversam sobre Sócrates, sofistas, charlatões, Aristófanes, Nietchzen, Platão... e é hora do almoço. Só que você tem de resolver questões como o não cadastramento do seu RA na biblioteca, comprovar que você está matriculada na Unicamp, pegar senha na DAC para conseguir o comprovante de matrícula... Você pega a senha, mas sua fome é maior. Desiste dela e vai comer.
No bandejão, descobre que carne é carne, e não é frango, ou bife ou peixe. Mas, tudo bem, afinal, você não come carne mesmo. AH!, sim... você tem de equilibrar a bandeja numa mão, pegar talheres, guardanapo e copo com a outra... só que você, boa estudante do ensimo médio que foi, sabe que se segurar a bandeja na ponta, terá de fazer muita força com o braço - e, lembre-se: há feijão, arroz, pão e banana sobre ela! -, então, convenhamos que, se há a pequena possibilidade desse troço cair no chão, não vai ser legal e todo mundo vai rir de você e te zuar pelo resto de sua mediocre vidinha acadêmica. E, oi, você já é bixo, não precisa ser mais zuado. Logo, você opta pela alternativa de usufruir menos da força do braço esquerdo (ah!, sim, você é destra, então, há grande chances de seu braço esquerdo ser o mais fraco - e lembre-se também que você está com a sua mochila). Em outras palavras: você espalma o centro da bandeja de alumínio e se lembra de uma forma absurdamente rápida que o feijão e arroz estão quente. E você ainda tem de pegar a salada... e descobrir que ela é temperada com pimenta.
Muita pimenta.
Você termina de comer e encontra o pessoal do seu grupo, só que ainda tem de enfrentar a fila da DAC de novo... e você vai lá. Fica meia hora naquele treco, pega o comprovante de matrícula, vai atrás de um xerox porque eles não te dão dois comprovantes (é, você se lembrou que tem de levar um na rodoviária) e voltar para eles carimbarem o xerox. Ou seja, você enfrentou a fila da DAC 3 vezes!
Você tem aula de latim na sala CL18. Você, prestativa, não deixa para a última hora, então, decidi descobrir onde é com 20 minutos de antecedência... e você vai parar no centro de linguagens - só que lá é para estrangeiros e você, óbvio, bixo que é, não sabe. Tem um grupo de orientais se aproximando e você não pensa duas vezes para pedir as informações - e, de repente, você se vê envolto de 6 japas falando em japonês.
Gentilmente você agradece (pensando que se tivesse mandado eles tomarem no cu teria tido o mesmo resultado) e vai para o centro. Lá, com alguém que fala português, descobre que, óbvio, é o lugar errado. Encaminham você até o IEL, Instituto de E? e Linguagens. E você descobre que o prédio só vai até a sala CL17 e que, na verdade, sua sala é a CL01, só que não vai ter aula porque a professora está doente (seu irmão, mais tarde, dirá que é porque ela fumou muita maconha... e você não quer concordar, mas algo aí dentro não vê falhas na suposição dele).
Você decide então tirar os xerox restantes... e deixa 40 conto na faculdade facim facim. E quase deixa outros 40 caso não fosse a sua coleguinha solidária que encontrou um exemplar do livro esquecido lá nas prateleiras da biblioteca. E claro você tem de lê-lo para o outro dia.
Na verdade, são só os 3 primeiros dos 6 capítulos - As Meditações, Descartes -, mas, ao folhear o livro, você descobre que aqueles 3 que não precisam ser lidos equivalem a 1/4 do livro. Ou seja, você está fudido.
Na volta para casa, o ônibus leva 1:12h... e você chega morto! Nem toma banho, cai direto no colchão - colchão, porque você ainda não tem cama. Ah!, nesse meio tempo respondem a sua mensagem, e vocês trocam umas 3 mensagens, mas, sinceramente, você não quer mais... não tem forças nem para movimentar os dedos.
Acorda 7 horas na quinta para ler aquele livro. Você lê, mas não tem nem idéia do que se passa no 3º capítulo, porque está com sono. Obviamente, você termina de ler e vai dormir. Depois acorda e lembra que hoje o almoço é por sua conta. Tem que descongelar o feijão... porra, como é que se faz isso? Da última vez que você julgou saber algo das artes culinárias, sua couve não refogou, queimou e ficou dura. Liga para mamãe, claro. Ela já te liga 3 vezes por dia, não vai ficar chateada se você ligar desta vez - mas você sabe que contabilizarão 4 ligações nesse dia, e não 3.
É, para descongelar é exatamente como você imaginou: água e fogo. Mas tem o omelete, porque a abobrinha que ficou na geladeira na noite anterior sumiu. Você se lembra de terem feito isso na sua frente... ovo, óleo, sal, cebola... ahn, já era então.
CLARO QUE NÃO IA DAR CERTO! O negócio queimou e você só tem aquilo para comer. Faz um suco, lota de açúcar e seja o que Deus quiser. Lava a louça, guarda tudo, escova os dentes e bora pra facul. No ônibus, há um cheiro estranho de queimado no ar e você só consegue se lembrar do omelete que não deu certo.
Whatever, depois você come algo gostoso à noite.
Na aula... bem, redação filosófica é legal, mas seu professor é mui estranho. Além de falar absurdamente rápido e copo, corpúsculo e logos serem palavras que não se ditinguem na dicção dele, você busca na sua cabecinha algo como fazer um curso de símbolos para entender a letra do cara na lousa. Não, não tinha... então reza para que ele continue a ditar o que escreve. Ah!, sim, lembra daqueles 3 capítulos que lhe custaram uma manhã para serem lidos?? Pois bem, eles gastou 2 horas só nos 2 primeiros parágrafos e somente aí você percebe que o buraco é mais embaixo.
No intervalo, à princípio, você fica sozinha, mas aos poucos as pessoas se reunem ao seu redor e vocês conversam.
O mocinho está ali, do seu lado, sentado e fazendo comentários engraçados - e você, comentários pertinentes. Ele é igualzinho ao outro, fisicamente, mas o astral deste é melhor. Na volta para casa, as coisas voltam. Os beijos, os abraços, as palavras, olhares, as mãos dadas, as promessas... e você volta a se perguntar como seria hoje se não tivesse terminado. De novo, você conclui: não levaria a nada, vocês tropeçariam em algum momento, não importando o quando.
Em casa, você descobre que seu irmão está ali. Você conta para ele como foi, menciona de leve o fato de ter alguém igual ao ex - e você se lembra que no domingo à noite sua conhada lhe contou que ele esteve na festa que você deveria ter ido, mas preferiu sair com uma amiga para encontrar um outro depois, e ela lhe fala que ele nem a cumprimentou.
Você manda tudo à merda e dorme.
Sexta-feira... você, seu irmão e a conhada voltam para casa. Sua carta chegou e, para completar a semana, você reencontra o ex, mas, foda-se, agora você tem a sua CNH e a noite é uma criança.

sexta-feira, 13 de março de 2009

A primeira semana - parte I

Eu deveria ter filmado. Ah!, sim, deveria...
Oito em dez alunos do pessoal do IFCH - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - fuma! Fato irredutível, e você ali, sentada, conversando com aqueles dois dos dez, envolta da fumaça, do cheiro, e nem mais sabendo se é só cigarro que tem ali.
É, mas o pessoal de filosofia não são os bichos grilos que todo mundo dita... As pessoas na minha classe são bem bacanas e normais. Mas, ao olhar para o meu arredor, vejo que o pessoal de filosofia 2009 é a excessão.
Tem os cabeludos roqueiros, os só cabeludos, os que você deseja que sejam só cabeludos e que só haja cabelos naquele meio todo, os com dreds, os sem, os com banho... os sem... Aquele ser naturalista, o ideologicamente aplicado, os sem ideologia. E tem até mesmo aquele que está ali para depois fazer um curso de física - e que meu pai não leia isso.
Meu primeiro professor parece ter medo de falar, enquanto o segundo superou esse medo e consegue ditar 200 palavras por minuto - e gesticula mais rapidamente ainda. Ele é uma verdadeira caricatura humana, não identifiquei ainda o esteriotipo que ele caricaturiza, mas... Ah!, acho que ele é gay.
Mas, whatever, estou em Campinas e o estranho seria encontrar um homem.
Poxa... eu lavei louça! Cara, acredite, em 18 anos e 5 meses em casa, eu acho que lavei louça umas... 3 vezes! E lá eu lavei a semana toda! Eu sabia que eu tinha jeito, que não era uma mulher sem quaisquer vínculos com o lar .D Mas encarar a panela de feijão é foda (perdão!); aquilo é muito nojento.
E encarar as ruas e avenidas não paralelas e com nomes????? Nossa! Até agora eu não sei onde eu moro... quer dizer, sei que é num ap perto do Hotel Ibis, que fica perto da avenida Arquidabã e que andando uns 4 quarteirões tem a avenida Moraes Salles, que é onde eu pego o ônibus. De resto - fuck it at all!
E ainda tem esse Viaduto Cury. Na cidade inteira tem placas que levam a ele, mas saber onde é... Esqueça. Ele deve ser um viaduto fantasma.